sábado, 8 de março de 2008

Capeta em Jacutinga


Não foram poucas a s vezes em que o Cramulhão foi avistado em nossa cidade.
Os primeiros relatos datam da metade do século passado, onde o Coisa Ruim adotou o nome de Capa Preta e podia ser visto toda madrugada vagando pelas ruas escuras e sem iluminação da época.
O caso de maior impacto, entretanto, ocorreu no início da década de noventa:
Numa bela noite, no barzinho que havia no extinto Restaurante Estação (que tinha este nome por se localizar onde funcionava a antiga Estação de Trem da cidade de Jacutinga), surgiu do nada um rapaz loiro e de olhos bem claros.
Ninguém nunca o tinha visto antes, e reza a lenda que todas as mulheres do recinto sentiram-se magneticamente atraídas por ele .Conversa vai, conversa vem, uns goles pra lá, outros pra cá, calhou que o tal sujeito deu de paquerar uma moça, que correspondeu.
Começaram a se entreolhar, primeiro a distância, foram se aproximando, começaram a se falar...
A uma certa altura da noite o rapaz convidou a garota para dar uma volta, mostrar a cidade para ele, que era novo por estas bandas.Ela concordou, e ele pediu que ela o esperasse por alguns minutos, pois precisava ir ao banheiro.
A partir deste momento, a história tomou um rumo totalmente inesperado.Testemunhas oculares garantem que ao entrar no banheiro o cidadão transformou-se numa criatura horrenda, com pés cascudos, lingua bifurcada, cauda pontuda, chifres enormes, enfim, tudo que convém a um autêntico Capeta.
Tal metamorfose dava-se ao fato de que somente estando em sua forma original ele poderia se acomodar da maneira anatomicamente correta no vaso para fazer suas necessidades fisiológicas. Ao terminar, a criatura adotou novamente a forma humana que tanto atraiu as mulheres do recinto, e voltou ao encontro de seu par, que o esperava ansiosa.Para a sorte da pobre moça o Dianho esqueceu de se livrar do rabo, que logo foi descoberto por ela (ainda dentro do Restaurante).
O espanto a fez soltar um berro tão estridente que chamou a atenção de todos e fez com que a Besta, surpresa e desconcentrada, assumisse por alguns instantes sua forma original.A gritaria foi geral. Tumulto. Correria.Numa pequena explosão, o Tinhoso desapareceu naquela noite, deixando para trás apenas seu cheiro de enxofre característico.
Desde então várias aparições esporádicas do Demônio vem ocorrido.Vigias e alunos dos períodos noturnos das escolas garantem que já o viram por aí, sempre adotando uma forma diferente desde enormes cachorros pretos até humanóides com garras, asas, chifres e a indefectível cauda pontuda!

Nenhum comentário: